Morreu, na madrugada deste domingo (24), aos 83 anos, dona “Maria Sem Troco”.
Nossa Mãe
Sem Troco estava internada desde a última quinta-feira (21), quando sofreu oscilações de pressão. Ela foi levada para o Hospital Municipal de Rochedo onde morreu nesta madrugada.
Dona Maria faleceu aos 83 anos de idade, mesmo em uma cadeira de rodas sempre se fazia presente na maioria dos eventos da cidade, no último carnaval ela se alegrou com a sugestão de criar um bloco com o seu nome, recentemente foi gravada por uma equipe local do SBT, aliás, “Sem Troco” foi a cidadã Rochedense que mais apareceu na mídia, levando assim, o nome e história do nosso município além das nossas divisas.
Gostava de ir à missa, sua casa fica na frente da igreja, quem passava na frente da sua varanda era agraciado com um leve aceno de mão, hoje, somos nós que nos despedimos desta figura tão amada e querida que, certamente, tem suas páginas garantidas no livro da nossa história.
QUEM FOI MARIA SEM TROCO – Texto: Marta Lira
A história deste pequeno município entrelaça com a história de seus habitantes e neste desenrolar que se encontra a história desta senhora simples que com a morte de seu marido assume junto com a sua mãe e irmã o sustento de sua família, tendo 03 filhos, (Antonio, Marta e Paula). Tornando comerciante, com um pequeno estabelecimento vendia salgados e refrigerantes para a população que dependia da Jardineira (carro que leva os passageiros à Capital) e também para os garimpeiros.
Filha de Antonio Leuzio e Maria Santana Leuzio em 15 de maio de 1935 casou-se com Paulo José de Lira desta união nasceram 03 filhos. Aos 16 anos de idade ajudava seu pai na construção civil, mais tarde foi professora na Escola Reunidas de Rochedo MS. Neste período também ajudava seu pai no bar, sendo responsável pelo caixa, vendia bebida para as redondezas e para as cortesãs.
Quando um belo dia o delegado de polícia (filho do Sr. Manoel de Andrade) vendo a insistência de D, Maria no pequeno bar em vender seus quitutes e a mesma não ter troco ele carinhosamente a chama de ‘Maria Sem Troco’.
E sempre quando um freguês chega a te seu estabelecimento ela carinhosamente fala não tem troco, leva um pirulito, biscoito, bala etc...
Na troca do nome da moeda de Cruzeiro para Cruzado Novo e até chegarmos ao Real, D. Maria, não poderia mais dar balas etc.. como troco quando ainda conseguia passar umas balinhas estas viravam moedas também.
D. Maria Sem Troco virou uma lenda viva na memória da cidade de Rochedo onde sempre se faz referência ao nome de D. Maria para lembrar-se da cidade.
OUÇA A MÚSICA EM HOMENAGEM A DONA MARIA SEM TROCO
http://https://soundcloud.com/bekosantanegra/10-maria-sem-troco
O DOMINGO FOI DE DESPEDIDAS E MUITAS HOMENAGENS.
Os principais sites de notícias do estado comentaram sobre a morte da ícone de Rochedo, a passagem da nossa querida “Maria Sem Troco teve rápida repercussão nas mídias sociais.
Centenas de internautas se dedicaram a escrever algumas linhas de boas lembranças e sentimentos na nota de falecimento postada pela página oficial da Prefeitura de Rochedo, os compartilhamentos e reações continuam sem parar.
O que mais se lê nos comentários: “Ela fez parte da minha infância”, “Nossa conheci criança meus sentimentos a família”, “Merece uma estátua na cidade, dona Maria sem troco descanse em paz”. Seus pastéis e quitutes também foram lembrados, seu comércio por muitos anos foi ponto de chegada e partida do município de Rochedo.
De fato todos os cidadãos Rochedenses estão com um sentimento de abandono no peito, pois ela era considerada a nossa matriarca, nosso símbolo e referência. Quem viajava para outros municípios do estado e se apresentava como morador da terra dos garimpeiros, logo recebia a pergunta: “E a Dona Maria Sem Troco, está bem?” Agora a resposta será, “Melhor, impossível! Está nos braços do PAI”.